Egressa do CDTN recebe prêmio internacional na área de Medicina Nuclear
16 de julho de 2020
A premiação ocorreu no último sábado, 11, por meio de videoconferência no encontro anual da SNMMI
Imagem: Reprodução/SNMMI
Mestre pelo Programa de Pós-Graduação do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), uma unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Carolina de Aguiar Ferreira foi premiada pela Society of Nuclear Medicine and Molecular Imaging (SNMMI). Atualmente, ela é pesquisadora de pós-doutorado na Harvard Medical School e Massachusetts General Hospital, nos EUA.
Na premiação de jovens pesquisadores (CMIIT - Young Investigator Award) da SNMMI, Carolina Ferreira se destacou, em primeiro lugar, com a pesquisa de um agente de imagem a base de um peptídeo radiomarcado capaz de prever qual paciente irá responder à imunoterapia e também capaz de diagnosticar efeitos adversos desse tipo de terapia. Esse processo possibilitaria ao médico identificar rapidamente o desenvolvimento de efeitos colaterais e intervir de forma segura no tratamento de cânceres, por exemplo. Atualmente esse diagnóstico é feito somente através de biópsias invasivas e em quadros avançados.
A SNMMI é uma organização científica internacional dedicada a promover estudos e práticas da medicina nuclear e imagem moleculares no diagnóstico e tratamento de doenças.
De acordo com a pesquisadora Carolina Ferreira, a trajetória no CDTN foi extremamente importante para o desenvolvimento das pesquisas. “Aprender durante o mestrado sobre a parte mais química do processo de radiomarcação e os diversos isótopos que podem ser usados vai seguir comigo como base durante todo a minha carreira na pesquisa - sem isso não há aplicação biológica”, afirma Carolina.
A área de medicina nuclear tem impacto direto no desenvolvimento de aplicações para melhorar a qualidade de vida da população. Para a pesquisadora do CDTN e professora do PPG-CDTN Edésia Sousa, que orientou Carolina nos anos em que ela esteve no CDTN, os estudos sobre agentes terapêuticos e de imagem - incluindo nanomateriais e outros agentes - são importantes não somente na área oncológica, mas também de outras doenças, como as degenerativas e inflamatórias. “As possibilidades são infinitas: diagnóstico precoce e estratificação de pacientes, seleção de pacientes que irão se beneficiar daquela terapia, tratamento específico e não invasivo, monitoramento de resposta terapêutica e inflamatória, e o mais importante: tudo isso de forma específica e não invasiva, o que vai de acordo com a tendência mundial de uma medicina mais personalizada com minimização dos riscos”, explica Edésia Sousa.
Trajetória
Graduada em Farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais, Carolina Ferreira iniciou suas atividades no CDTN como bolsista do Laboratório de Materiais Nanoestruturados para Bioaplicações (LMNB), e, posteriormente, ingressou no mestrado.
No mestrado em Ciência e Tecnologia da Radiações, Materiais e Minerais pelo CDTN, Carolina desenvolveu, entre os anos 2012 e 2014, pesquisa sobre nanopartículas de sílica mesoporosa MCM-41 funcionalizadas com aptâmero e radiomarcadas com 90-Y e 159-Gd como um potencial agente terapêutico contra câncer colorretal, com orientação da professora Edésia Sousa.
Sua pesquisa de doutorado foi feito na área de Engenharia Biomédica pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, sobre a utilização de nanopartículas de sílica pra diagnóstico e tratamento de câncer. Com essa pesquisa, Carolina foi premiada em terceiro lugar nessa mesma categoria, em 2018.
Em 2019, ela foi premiada em segundo lugar em outra premiação da SNMMI, a “Young Investigator Award - Radiopharmaceutical Science Council”.
Por Deize Paiva, da Assessoria de Comunicação
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