CDTN esteriliza kits de teste do coronavírus com tecnologia nuclear
09 de abril de 2020
Atualizada em 10 de abril de 2020
Unidade da CNEN se junta a instituições e pesquisadores mineiros para aumentar disponibilidade de testes em Belo Horizonte
Esterilização de kit de coleta para teste de coronavírus (Foto: Peterson Souza/CDTN) |
Com a pandemia causada pelo novo coronavírus (COVID-19), insumos básicos, como equipamentos de proteção individual, kits diagnóstico e também kits de coleta de material para testes, estão se esgotando rapidamente. A reposição desses insumos tem sido dificultada pela intensa demanda internacional.
Os kits utilizados no Brasil para coleta de amostras para o teste de coronavírus são importados. Uma iniciativa do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Dengue da Universidade Federal de Minas Gerais (INCT-Dengue UFMG), do Hospital Eduardo de Menezes de Belo Horizonte e da Símile Medicina Diagnóstica está montando kits de Orofaringe e nasofaringe swabs para coleta e transporte de amostras com insumos encontrados no país.
Com a adaptação, pesquisadores da UFMG testaram um meio de transporte que inativa o vírus, mas mantém a viabilidade do diagnóstico molecular. Os kits estão sendo montados na Símile e testados no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Ao Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, unidade da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CDTN/CNEN), coube o papel de irradiar os itens visando sua esterilização no Laboratório de Irradiação Gama (LIG) do CDTN.
Kit de coleta de material para o teste de coronavírus |
A esterilização é feita com a tecnologia de irradiação gama, que já é utilizada para esterilização de dispositivos e equipamentos médicos, entre outras aplicações, desde 2002, quando o Laboratório de Irradiação Gama foi inaugurado no CDTN. No processo, os kits são irradiados a uma dose de 25 kGy em decorrência de sua exposição aos raios gama emitidos pela fonte de Cobalto-60 da instalação.
No dia 8 de abril, quinta-feira, foi entregue a primeira remessa de material irradiado do CDTN para o ICB/UFMG. Eles serão utilizados pelo Hospital Eduardo de Menezes para coleta de amostras de pacientes com suspeitas de infecção pelo novo coronavírus (COVID-19) e, posteriormente, enviados para análise.
A meta do projeto é produzir entre 2 e 10 mil kits de coleta no momento. Há possibilidade expansão da capacidade de produção dos itens, porém, isso dependerá de auxílio financeiro.
Os responsáveis pelo projeto são os professores Mauro Martins Teixeira (ICB/UFMG), Renato Santana (ICB/UFMG) e Cristiano Xavier Lima (Faculdade de Medicina/UFMG). No LIG, quem tem coordenado as irradiações é o servidor do CDTN/CNEN, Pablo Grossi.
O CDTN integra a Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear, uma autarquia do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
Redes Sociais