CDTN realiza operação com fontes radioativas no Panamá
Uma equipe de especialistas da CNEN, coordenada pelo pesquisador Rogério Mourão, do CDTN/SEGRE (Serviço de Gerência de Rejeitos), realizou com sucesso, na cidade do Panamá, no país de mesmo nome, de 8 a 12 de abril, uma operação de recuperação e acondicionamento de fontes radioativas fora de uso em situação de risco.
As fontes, contendo o isótopo Ra-226, foram usadas no passado para o tratamento de tumores e estavam em uma embalagem enterrada numa antiga ala de hospital destinada à demolição. Essa embalagem consistia de um bloco de concreto dentro de um tambor de 200 L, estando as fontes no interior de uma blindagem de chumbo e imobilizadas por chumbo líquido solidificado derramado sobre a cavidade da blindagem. Um tubo metálico conectado ao interior do bloco se projetava por sua superfície superior para o exterior, provavelmente para ventilação do gás radônio gerado pelo decaimento do rádio; a tampa do tambor estava ausente.
O compartimento onde a embalagem permaneceu por décadas, construído debaixo do piso do Laboratório de Física do hospital, estava contaminado com radônio e filhos (o isótopo de chumbo Pb-210, com sua meia-vida de 22 anos, foi o responsável pela contaminação encontrada).
A operação consistiu em extrair a embalagem desse compartimento, acondicioná-la em uma sobreembalagem cilíndrica metálica, transportá-la para o local de armazenamento temporário e descontaminar o local. Além da embalagem com as fontes, foram gerados três tambores de 200L contendo entulho contaminado oriundo da demolição de paredes e piso.
Não foi observado nenhum evento relevante de proteção radiológica, como dose ocupacional acima dos limites estabelecidos, contaminação de pessoal ou local, etc. A embalagem produzida, juntamente com os tambores contendo o entulho contaminado, foi transferida para as instalações do Instituto Oncológico Nacional – ION. Uma pequena edificação de armazenamento será construída em breve nas instalações do ION para abrigar as quatro embalagens geradas durante a operação.
Com essa operação o Brasil, através da CNEN, retoma a colaboração na gestão de fontes radioativas em países da América Latina e Caribe, que teve grande proeminência nas décadas de 1990 e 2000, quando, no escopo de projeto da AIEA, doze países da região foram visitados por equipes do CDTN e suas fontes acondicionadas com segurança.
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