Potencial tecnológico do grafeno será discutido em audiência na quarta
Mais duro que o diamante, mais resistente que o aço e mais valioso que o ouro, o grafeno é um excelente condutor de eletricidade e calor
A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática promove audiência pública, nesta quarta-feira (4), para discutir o potencial tecnológico do grafeno e suas aplicações. Segundo o deputado Marcos Soares (DEM-RJ), que propôs o debate, o grafeno é um nanomaterial derivado do grafite e suas características conferem ao material a perspectiva de uso em uma imensa gama de aplicações.
“Embora as pesquisas sobre o elemento tenham se iniciado há mais de 70 anos, somente na última década surgiram estudos mais aprofundados sobre suas propriedades, gerando forte expectativa sobre o potencial revolucionário do material na indústria”, disse o parlamentar, detalhando algumas possibilidades de uso do grafeno. “Vislumbra-se o uso do grafeno para a produção de plásticos condutores mecanicamente resistentes; tintas e vernizes, que podem gerar filmes e recobrimentos protetores de alto desempenho; membranas eficientes para filtragem, dessalinização de água e permeação seletiva de moléculas orgânicas e inorgânicas”.
Soares destacou que, de acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o Brasil possui a maior reserva mundial de grafite (mineral a partir do qual se extrai o grafeno), com 59,5 milhões de toneladas, de um total de 131,4 milhões de toneladas no planeta.
Apesar disso, o País ainda não tem estrutura para transformar o grafite em grafeno. Em breve, duas fábricas devem começar a operar por aqui, uma em Minas Gerais e outra em São Paulo.
“Considerando a elevada disponibilidade do insumo no território brasileiro e a perspectiva da criação de aplicações inovadoras e de alto valor agregado, propomos a realização da audiência pública com o objetivo de debater o potencial tecnológico do grafeno e discutir medidas para acelerar a pesquisa e produção do material no País”, justificou.
Convidados
Foram convidados para discutir o assunto:
– o coordenador do Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologias da Universidade Presbiteriana Mackenzie (MackGraphe), Eunézio Antônio de Souza;
– o diretor do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Waldemar Augusto de Almeida Macedo; e
– o diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem), Rogério Cezar de Cerqueira Leite.
O debate está previsto para as 11h30, no plenário 13.
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