Carta de José Júlio Rozental: Acidente Radiológico de Goiânia: 1987 – 2017, uma meia-vida
A quarta edição dos Colóquios do CDTN, ocorrida na quarta-feira, 28 de junho, abordou a historia do maior acidente radiológico do mundo, ocorrido em Goiânia em 1987. O acidente teve início em 13 de setembro daquele ano, quando um aparelho utilizado em radioterapia foi encontrado dentro de uma clínica abandonada no centro de Goiânia por catadores de ferro-velho que entenderam tratar-se de sucata. Eles o desmontaram e o Cs–137 foi espalhado, contaminando seriamente o local, afetando a saúde de centenas de pessoas e provocando mortes.
A apresentação foi feita por Alfredo Tanjan Filho, na época funcionário de Furnas Centrais Elétricas S.A, que atuou na recuperação da cidade e foi o responsável pelos projetos, licenciamentos e construção dos depósitos definitivos de rejeitos radioativos no local.
Durante duas horas e meia Tranjan narrou com detalhes o ocorrido citando as dificuldades encontradas e superadas no enfrentamento de um desastre de tamanha gravidade e que só foi resolvido, segundo ele, pelo esforço, competência e desprendimento de todos os envolvidos.
Ele fez questão de ressaltar que a maneira como as instituições brasileiras CNEN (CDTN e IRD), Furnas e Eletronuclear trabalharam para a solução do problema, rendeu a todos os envolvidos na resposta ao acidente, respeito e projeção internacional, incorporando um valioso aprendizado na história nuclear da humanidade.
No final, Tranjan se emocionou a falar de uma carta escrita pelo físico José de Júlio Rozental, responsável por toda a operação. Uma carta escrita quase sete anos após o acidente na qual Rozental agradece pelo apoio e carinho recebidos, por toda experiência e aprendizado adquiridos e se despede de Goiânia, dos seus moradores e do Brasil.
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