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O controle do fluxo de sedimentos no rio Pandeiros e a preservação do "Pantanal Mineiro"

2 de Julho de 2018

Afluente direto da margem esquerda do rio São Francisco, o rio Pandeiros está localizado na maior unidade de conservação do estado de Minas Gerais, a Área de Proteção Ambiental (APA) Pandeiros, criada pela Lei Estadual nº 11.901, de 1º. setembro de 1995. Com uma área de quase 400 mil hectares, abrangendo os municípios de Januária, Bonito de Minas e Cônego Marinho, no extremo noroeste de Minas Gerais, na macrorregião Norte, a APA Pandeiros está a cerca de 710 Km da capital do estado, Belo Horizonte, e tem limites ao noroeste com a serra do Gibão, ao sudoeste com a serra das Araras, ao nordeste com o divisor de águas da bacia do rio Peruaçu e ao sul/sudoeste com o divisor de águas da bacia hidrográfica do rio Pardo.

Pantanal Mineiro Januária MG a
Foto: Divulgação Unimontes

A região denominada "Pantanal Mineiro" está localizada no baixo rio Pandeiros e possui uma área alagadiça que varia de aproximadamente 3 mil hectares, na estação seca, a 5 mil hectares, na estação chuvosa. Uma área que funciona, segundo estudos publicados por Yule Roberta Ferreira Nunes, na revista MG Biota (v2, n2, p4-17), em jun-jul/2009, como um berçário responsável pela reprodução e desenvolvimento de 70% da fauna de peixes do médio rio São Francisco. O soterramento progressivo desta região, pelo transporte de areia originada da bacia do rio Pandeiros, é atualmente motivo de grande preocupação do Instituto Estadual de Florestas/IEF-MG, responsável pela administração da Bacia do rio Pandeiros.

Por isso, com apoio financeiro da FAPEMIG, estudos multidisciplinares desenvolvidos por pesquisadores do Serviço de Meio Ambiente do CDTN, sob a coordenação de Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., juntamente com o Instituto de Geociências (IGC) da UFMG e com o campus Januária do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) realizam análise da dinâmica e sustentabilidade das vertentes da Bacia do rio Pandeiros.

O objetivo principal dessas pesquisas é a compreensão das principais causas da erosão da bacia do rio PandeirAs cinco estações de monitoramento aos, para que medidas corretivas e preventivas possam ser tomadas para a contenção e possível recuperação das regiões degradadas, sobretudo o "Pantanal".

Um dos problemas ambientais mais perceptíveis é a ocorrência de intensa erosão resultante tanto de um aumento natural da declividade pelo sistema de drenagem, quanto pela retirada relativamente rápida da cobertura de cerrado e das veredas, com efeitos na bacia como sistema hídrico e ecológico. Assim, para esse estudo da dinâmica dos sedimentos ao longo da Bacia do rio Pandeiros e avaliação da contribuição ao transporte de sedimentos de trechos distintos da bacia hidrográfica, com o objetivo de se estabelecer um balanço hidrossedimentológico, foram instaladas e são operadas pelos pesquisadores do CDTN e do INFMG cinco estações hidrossedimentométricas (P1 a P5) ao longo do curso do rio.

Em uma breve descrição, nas cinco estações são realizadas campanhas sistemáticas de medições: de vazão líquida (Q), empregando-se molinete ou equipamento acústico; de descarga de sedimento de fundo (Qsf), com o emprego de amostradores e de descarga de sedimento em suspensão, por amostragem ao longo de verticais (utilizando amostradores), cobrindo as variações hidrológicas da bacia. As determinações da granulometria do sedimento de fundo e da concentração dos sedimentos em suspensão são realizadas no Laboratório de Solos do IFNMG.

Vocorocas na parte alta do rio Pandeiros divulgação 1 aVocorocas na parte alta do rio Pandeiros divulgação 2 aCom a aquisição recente de um drone/vant e de um GPS geodésico, também está sendo possível extrapolar as análises de campo e laboratório para quase todas as voçorocas, incluindo o cálculo do volume médio perdido pelo voçorocamento. Esses são dados fundamentais para orientar o controle desse processo erosivo, com chance real de sucesso, uma vez que podem subsidiar a relação processo/causa e efeito sobre os cursos de água.

Outra abordagem em andamento é o estudo da cobertura vegetal e a fragmentação da paisagem, utilizando modelos de análise espacial e a metodologia de Geodesign que permitem criar cenários futuros, projetados a partir de premissas de variação do desmatamento/alteração do uso e ocupação da terra.

A abordagem contemplada nessas pesquisas reveste-se de grande importância. São vários os fatores que influenciam a geração e o transporte de sedimentos que tanto tem impactado este berçário conhecido como "Pantanal mineiro", como o assoreamento progressivo desta região, pelo transporte de sedimentos provenientes da Bacia do rio Pandeiros. Este enfoque e a continuação desses estudos são fundamentais para a avaliação da contribuição de trechos distintos da bacia à geração e transporte de sedimentos. Assim, com a conclusão dessas pesquisas, será possível a adoção de boas práticas de recuperação, uso e ocupação da terra, de forma a minimizar o aporte de sedimentos à sensível região em que se constitui esse nosso "Pantanal".

Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. - jornalista

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