Os avanços e metas da Pós-Graduação do CDTN após dezesseis anos de implantação
30 de Agosto de 2019
Para preencher uma importante lacuna identificada no Planejamento Estratégico do CDTN ainda na década de 1990, os dirigentes da instituição iniciaram a estruturação do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais. Assim, o PPG-CDTN iniciou suas atividades em março de 2003, ofertando apenas o mestrado acadêmico. Mas, já em agosto de 2010 passou a oferecer também o doutorado.
De lá para cá foram concluídos 287 mestrados e 58 doutorados e o CDTN teve relevante contribuição para a formação de pessoal de alto nível, cumprindo assim uma importante missão da instituição e da autarquia federal que a coordena, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Vários ex-alunos do PPG-CDTN são professores de conceituadas universidades, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e outras instituições de ensino e pesquisa no estado e em outros estados, ou ocupam posição de destaque em importantes empresas, como a Vale, a RHI Magnesita e a Companhia de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (Codemge).
O atual coordenador, Fernando Lameiras, foi um dos responsáveis por organizar e estruturar o PPG-CDTN, iniciado em 2003 - Foto: Antônio Pereira Santiago |
Segundo o pesquisador, ex-diretor do Centro e atual coordenador do Programa, Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., o objetivo inicial era possibilitar a renovação de um corpo técnico-científico que “envelhecia a passos largos” e precisava garantir a transferência do seu conhecimento adquirido ao longo de décadas. Lameiras foi também, na época dessa estruturação, o escolhido pelo então diretor do CDTN, Silvestre Paiano, para ser o organizador e primeiro coordenador do PPG.
Hoje, o Programa conta com 35 docentes de alto nível habilitados para orientar mestrandos e doutorandos. Vários desses docentes são bolsistas de produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) ou participam do Programa Pesquisador Mineiro da Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Minas Gerais (Fapemig), o que atesta o seu reconhecimento pela comunidade científica. De acordo com Lameiras, “a formação de pessoal de auto nível deve estar atrelada às atividades de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e as mais renomadas instituições de pesquisa têm programas consolidados de Pós-Graduação”.
Por isso, os pós-graduandos do CDTN têm também à sua disposição uma infraestrutura laboratorial, de salas de aulas, informática, biblioteca e auditórios de muito boa qualidade. O CDTN possui instalações únicas em Minas Gerais, como o Laboratório de Irradiação Gama, o reator nuclear TRIGA, a Unidade de Pesquisa e Produção de Radiofármacos e seus laboratórios associados e o Laboratório de Termo-Hidráulica.
A infraestrutura laboratorial da Radiobiologia é componente importante para o doutorado da Ana Carolina de Araújo Bispo - Foto: Antônio Pereira Santiago |
Outros laboratórios à disposição da Pós-Graduação também merecem destaque. Entre eles podemos citar o de Integridade Estrutural (análise experimental de tensões e vibração, corrosão e eletroquímica aplicada, ensaios mecânicos, ensaios não destrutivos, metalografia e microscopia eletrônica de varredura), de Combustível Nuclear, de Nanotecnologia (caracterização de materiais nanoestruturados, física aplicada, propriedades termofísicas, nanoscopia, química de nanoestrutura de carbono), de Meio Ambiente (estação meteorológica, espectrometria de cintilação em meio líquido, espectrometria de massa, traçadores, trítio ambiental), de Química e Radioquímica (determinação de mercúrio, espectrometria nuclear, radioquímica de baixa atividade, além de técnicas clássicas e convencionais para análises químicas), de Rejeitos Radioativos e Perigosos (cimentação, desmonte de para-raios e detectores de fumaça, ensaios de embalagens e transporte, tratamento químico), de Saúde (calibração de dosímetros, dosimetria de altas doses, dosimetria interna, dosimetria luminescente, monitoração individual interna, radioproteção aplicada à mamografia, radiobiologia) e o de Tecnologia Mineral (caracterização mineralógica, petrográfica e metlogênese, difração e fluorescência de raios-X, extração por solventes, lixiviação e precipitação química, tratamento de minérios e processos hidrometalúrgico).
Com equipamentos de ponta a UPPR também dá suporte ao Programa de Pós-Graduação do CDTN - Foto: Antônio Pereira Santiago |
Na estrutura do Programa de Pós-Graduação, além de recursos orçamentários do próprio CDTN, os docentes recebem financiamento da Fapemig, do CNPq, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e de acordos de parcerias firmados com empresas, em prestações de serviços.
Toda essa gama de apoios e estruturas proporciona aos estudantes uma posição ímpar para o desenvolvimento de suas pesquisas, em uma condição raramente encontrada em outras instituições. O PPG-CDTN também oferece bolsas de estudos patrocinadas pela Capes (hoje, são 17 bolsas de mestrado e 7 de doutorado), pelo CNPq (hoje, 2 bolsas de mestrado), pela Fapemig (hoje, 2 bolsas de mestrado e 2 de doutorado), pela CNEN (hoje, 9 bolsas de mestrado e 19 de doutorado) e pelo próprio CDTN (hoje, com 3 bolsas de mestrado e 2 de doutorado), bem como oportunidades para “doutorado sanduíche” (1 bolsa).
No Programa de Pós Graduação do CDTN existem hoje três áreas de concentração: Ciência e Tecnologia das Radiações, Ciência e Tecnologia dos Minerais e Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia dos Materiais. De acordo com o pesquisador Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., chefe da Divisão de Formação Especializada (DIFES), estrutura de gestão à qual o PPG está vinculado, “essas áreas de concentração refletem as atividades do CDTN, que formam um conjunto multidisciplinar envolvendo engenharias, ciências exatas e da terra e ciências biológicas”. Na Capes, este Programa está incluído na área das Engenharias II. Vinculado ao Programa de Pós-Graduação do CDTN há também oportunidades para estágios de pós-doutorado patrocinados pela Capes e pela própria CNEN.
Maximiliano Martins, da Divisão de Formação Especializada, destacou a meta de elevar o conceito da PPG-CDTN junto à Capes - Foto: Antônio Pereira Santiago |
De acordo com Fernando Lameiras, “é preciso frisar que, desde a sua criação, a Pós-Graduação teve um significativo impacto nas atividades do CDTN”. Ele analisa que, de maneira a atender aos requisitos de excelência da Capes, “a produtividade científica e tecnológica do CDTN atingiu patamares mais elevados após a criação do seu Programa de Pós-Graduação”. Além disso, “os pós-graduandos proporcionaram um ambiente motivador não apenas para os docentes, mas também para todos os servidores”, completa Lameiras. Após a conclusão dos seus cursos, muitos ex-alunos continuam mantendo relacionamento com o CDTN e induzem novas parcerias com as instituições onde eles passam a atuar.
Segundo Maximiliano Martins, da Divisão de Formação Especializada do CDTN, para uma evolução ainda maior, o Plano Diretor 2019-2022 do Centro estabelece objetivos estratégicos para o seu Programa de Pós-Graduação. “A elevação do conceito na avaliação da Capes, a partir de um aumento da produção científica qualificada e uma maior internacionalização de seus vínculos, com assinatura de novas e efetivas parcerias, são metas colocadas para o PPG-CDTN”, finaliza.
Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. - jornalista
Redes Sociais